Nestes dois anos andando meio que sem rumo, reparei que um dos lugares mais "democráticos" que encontrei foi no meio de viajantes. Quando falo meio de viajantes, refiro-me àquele onde mais de uma língua é falada. Neste Mundo existe a maior das diversidades; econômica, social, cultural, é verdadeiramente diverso; mas diferente de tudo, existe uma ética invisível onde o respeito ao diferente, ao contrário é nítido. Num Mundo tão dividido politicamente, os meios de viajantes parecem Oásis Neutros, onde o diverso é debatido com respeito, paciência; existe uma bandeira branca hasteada no meio do meio. Os que não se sentem à vontade com o diverso, com o contraditório, afastam-se naturalmente, mantendo o respeito e a distância. Isso me remete aos meus 25 anos, quando em um bar no Centro de Kinshasa, Capital do Congo, reuniam-se os pilotos de diferentes nacionalidades para relaxarem do dia estressante de voos. A diversidade ali era esmagadora, mas as diferentes línguas eram o termômetro para indicar a todos que ali era um espaço para homens sem fronteiras, homens sem raízes, portanto, o diverso deveria ser mantido com respeito, mesmo que sob altas doses alcoólicas.
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4 комментария
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Querido Mário, tenho essa mesma sensação talvez por isso eu tenha tanta vontade de ficar somente viajando. Bons roteiros e ótimos encontros para nós todos.
É uma realidade muito diferente dos outros mortais , que trabalham em profissões mais convencionais.. 😉 e imagino a riqueza de experiência acumulada , nesse período..