top of page

Expedição Sul das Américas

Atualizado: 25 de jul.

2025 seria o ano para eu descer até o fim do mundo. Sim, esta viagem já estava planejada há anos. Já fui para à Patagônia duas vezes, mas ainda não tinha ido pelos piores caminhos, àqueles que nos levam às melhores paisagens. O plano inicial era descer até à Península Valdes e, se tudo estivesse dentro dos conformes, continuar descendo até o Ushuaia. De lá, se nada fundamental tivesse quebrado, seguiria até Punta Arenas e, depois, tomaria o caminho da Carreteira Austral, uma estrada desafiadora para qualquer viajante. E assim foi feito, a Gorda nova, 4x4 e reduzida, não tomou conhecimento pelos caminhos difíceis, somente poeira e solavancos; mas tanto o carro quanto a casa se saiam muito bem. Puerto Deseado foi um achado no meio do caminho. Seguindo dicas de um amigo, cheguei numa cidade que desviava cerca de 60 quilômetros do meu trajeto, mas que valeu super à pena, diria que foi um dos pontos altos de toda a viagem. Lá passei 5 dias estacionado à frente de uma agência de passeios, a Darwin Expeditions. Nestes dias saí para dois passeios fotográficos, em um deles para à Isla del Pinguinos. Incrível, fotografei o lindo Pinguim de Penacho Amarelo. Saí de lá deixando saudades, apesar de enfrentar a fúria de um vento de mais de 100 km/hora. Na carreteira Austral vi paisagens de tirar o fôlego; lagos de águas translúcidas e de tons de azul inacreditáveis. A Carreteira Austral é um lugar que se há de tomar certos cuidados, principalmente com a autonomia, pois são 900 quilômetros com muito pouca civilização. Um cálculo errado no diesel pode custar muito caro. Também não recomendo para veículos baixos, pois as pedras são pontiagudas e grandes, mas isso não é problema para a Gorda Sarada. Passamos por lá sem tomar conhecimento dos buracos e alguns trechos de lama vulcânica. Chegando em Puerto Montt, início da Carreteira, no caso o fim pra mim, que vim do sul, passei uns dias nesta cidade. Puerto Montt é uma cidade muito charmosa e banhada pelo Oceano Pacífico, repleta de bons restaurantes e muito o que se visitar... Mas já que chegamos até aqui, por que não subir mais um pouquinho até Santiago? E assim fiz. Passei uns 5 dias em Santiago, cidade linda e aconchegante. Lá resolvi melhorar a parte elétrica da Gordinha e fiz um up grade no equipamento. Pronto para zarpar rumo ao norte, segui até Antofagasta. Não senti-me bem nesta cidade, acho que foi de tanto ouvir que lá eram costumeiros os arrombamentos de motorhomes, por isso passai de passagem e deixei a cidade para trás e segui para São Pedro do Atacama. Logo ao sair de Santiago é nítida a diferença de paisagem. Com os quilômetros aumentando, o deserto vai dando suas caras. São Pedro é uma cidade pitoresca e cheia de atrativos. São realmente muitos passeios a se fazer por lá. A cidade fica aproximadamente a 2100 metros de altitude, mas quaisquer que forem os passeios que você pretenda fazer, esta altitude sobe consideravelmente. A maioria dos atrativos fica acima dos 4 mil metros. Neste cenário o caminho, por pior que seja, deixa de ser o problema principal. A altitude ganha protagonismo e te lembra sempre o quanto você é frágil. É muito comum pessoas sofrerem das enfermidades da altitude, muitas precisam voltar a altitudes menores para se recuperarem. Não foi meu caso, até que me saí bem até 5 mil metros, apesar de estar sempre muito cansado. Com isso consegui fazer muitas fotos incríveis, de animais que só se encontram por aquelas bandas, como o Flamingo do Deserto. Minha estada total nas Terras de San Pedro foi de 7 dias. Lá seria o "fim" da viagem. Ao todo foram 2 meses e 12 dias desde que cruzei a fronteira do Brasil com o Uruguai. Valeu super à pena. Voltarei a alguns desses lugares, não todos, mas voltarei.

ree

 
 
 

Comentários


©Copyright - Mario Verol - Todos os direitos reservados 

bottom of page